quarta-feira, 14 de agosto de 2013
À milésima vista
Prefiro amores às milésimas vistas. Assim, das superficialidades rasas de olhares fraudados me protejo. Quero a intimidade progressiva para que as entregas sem sentido não me façam perder o caminho. Quero a procura sincera de quem se preocupa porque tem amor. Quero a espontaneidade sem restrições para que a verdade seja expressada sem culpa. Quero olho no olho sem desvios para que o silêncio possa ter voz. E não mais me constranger diante de uma lágrima de emoção feliz. Que eu me alegre na certeza que isso é o que fará sorrir. Entretanto, que ainda me reste a cautela da desconfiança pra discernir. Porque nem toda beleza é o que de fato se tem de belo. Quero enxergar além das minhas vontades. Quantas vezes mais iremos nos deixar enganar por aquilo que nos parece
bonitinho? Sim, nos deixar enganar mesmo. É totalmente nossa essa responsabilidade. Porque por mais ardiloso que alguém possa ser, ninguém é tão bom em revelar o que for de sua própria vontade quanto nossos próprios olhos. Quero revelação em cada olhar, palavras desmedidas e sentimentos genuínos. E talvez só à milésima vista isso seja mais fácil de ser alcançado.
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